sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"De repente, todo mundo aqui no Gigante Acordado é Charlie"




Por Pedro Munhoz, em seu Facebook

Começam a pulular por aqui as "análises" que comparam o atentado na França com a inglória, sangrenta e cruel perseguição (rysos) que a Califa Ibn Rousseff tem engendrado contra a liberdade de imprensa no Brasil.

De repente, todo mundo aqui no Gigante Acordado é Charlie. Mainardi, o enfant terrible de meia idade cuja função intelectual é desfilar impropérios rococós contra o Partido dos Trabalhadores lá em Veneza, transmutou-se em Charlie.

Felipe Moura Brasil, colunista de Veja e editor daquele livro do Mestre Olavo sobre ser um idiota também é Charlie. La Sheherazade, musa do senso comum, campeã do cristianismo de várzea e rainha dos comentaristas de portais de notícia, adivinhem! também é Charlie.


Não vi se o Constantino foi declarado Charlie ou não, mas tenho certeza que ele é Charlie. Gentilli é Charlie, Lobão é Charlie, somos todos Charlie.

Nesse país onde a presidenta, pessoalmente, sai por aí disparando tiros de Kalishnikov contra todos que a criticam; onde as pessoas não ousam criticar o PT por medo da morte; onde as redes de televisão foram alvo de atentados a bomba por parte de militantes petistas mascarados, se você não for Charlie, meu amigo, você está contra o Charlie.

Agora, peço a licença dos meus amigos Charlies para assistir um pouquinho de Globonews, enquanto eu me indigno com a falta de liberdade de expressão em meu país. 

Pela atenção, obrigado.