sábado, 31 de agosto de 2013

Robert Fisk: “O alvo do ocidente é o Irã, não a Síria”

(Robert Fisk é um premiado jornalista britânico, que já cobriu várias guerras)
Antes que comece a mais estúpida de todas as guerras ocidentais da história do mundo – falo, é claro, do ataque contra a Síria que ainda tenhamos de engolir – talvez se deva dizer que os mísseis cruzadores que tantos esperam, confiantemente, que chovam sobre as mais ancestrais cidades que a humanidade ergueu nada têm a ver, absolutamente nada, com a Síria.
Todos eles visam a ferir o Irã. Estão mirados contra a República Islâmica, agora que já tem novo e vibrante presidente – em tudo diferente de Mahmoud Ahmadinejad, o doido – e quando pode bem estar um pouco mais estável.
O Irã é o inimigo de Israel. Irã, pois, naturalmente, é o inimigo dos EUA. Assim, fogo nos mísseis contra o único aliado árabe do Irã.
Não se trata de defender o regime sírio. Nem me interessa absolvê-lo antecipadamente na questão das bombas de gás. Mas tenho idade suficiente para lembrar que, quando o Iraque – aliado dos EUA – usou gás contra os curdos de Hallabjah em 1988, nós não atacamos Bagdá. O ataque teria de esperar até 2003, quando Saddam já não tinha gás algum nem qualquer dessas armas que habitam nossos pesadelos.
Também lembro muito bem que a CIA inventou, em 1988, que o Irã seria responsável pelos ataques químicos em Hallabjah, mentira completa, focada no inimigo dos EUA contra o qual, então, Saddam lutava em nosso nome. E milhares – não centenas – morreram em Hallabjah. Mas, sabem como é. Mudam os tempos, mudam os critérios.
E acho que vale a pena lembrar que quando Israel matou mais de 17 mil homens, mulheres e crianças no Líbano em 1982, numa invasão supostamente provocada por uma tentativa de assassinato contra o embaixador israelense em Londres (supostamente levada a cabo por membros da OLP, mas quem organizou a matança foi o parceiro de Saddan, Abu Nidal, não a OLP, mas não importa), os EUA limitaram-se a pedir que os dois lados praticassem a “moderação”. E pouco antes daquela invasão, Hafez al-Assad – pai de Bashar – mandara seu irmão a Hama para varrer de lá milhares de rebeldes da Fraternidade Muçulmana, e ninguém achou ruim. Meu velho conhecido Tom Friedman falou, cinicamente, de “Leis de Hama”.
Seja como for, há hoje uma Fraternidade diferente – e Obama não conseguiu nem gritar “buuuuu”, quando o Irmão presidente eleito foi derrubado.
Ei, esperem! Mas o Iraque – quando era “nosso” aliado contra o Irã – também não usou gás contra o exército iraniano? Usou. Vi os feridos nesse ataque ensandecido, comandado por Saddam – e oficiais dos EUA, sim senhor, andaram depois pelo campo de batalha e informaram Washington –, e nós não dissemos sequer um palavrão contra aquilo. Milhares de soldados iranianos na guerra 1980-88 morreram envenenados por essa arma vil.
Viajei de volta a Teerã, à noite, num trem que transportava militares feridos e senti o cheiro, e abríamos as janelas dos corredores do trem, para nos livrar do fedor do gás. Aqueles jovens tinham feridas sobre feridas – literalmente. Sobre as feridas cresciam bolhas ainda mais dolorosas. Quase indescritível. E quando aqueles soldados chegaram a hospitais ocidentais para tratamento, os jornais chamavam aqueles feridos – apesar das provas muito mais convincentes que as que talvez se obtenham nos arredores de Damasco – de “supostamente atingidos por gás”.
Assim sendo, o que estamos fazendo, santo deus? Depois que milhares incontáveis morreram na horrenda tragédia síria, de repente – de fato, depois de meses, de anos de prevaricação –, começamos a nos perturbar por causa de umas poucas centenas de mortos. Terrível. Inconcebível. Indecente. Sim, é verdade. Mas já deveríamos estar traumatizados, horrorizados e em ação contra essa guerra desde 2011. E durante 2012. Por que agora?
Acho que sei por quê. Acho que o impiedoso exército de Bashar al-Assad está afinal derrotando os ‘rebeldes’ que nós secretamente armamos. Com a ajuda do Hizbollah libanês – aliado do Irã no Líbano –, Damasco quebrou os ‘rebeldes’ em Qusayr e pode já estar perto de quebrá-los no norte de Homs. O Irã está cada vez mais profundamente envolvido na proteção ao governo sírio. Assim, vitória de Bashar é vitória do Irã. E o ocidente não admite vitórias iranianas.
E já que falamos de guerra, o que aconteceu àquelas magníficas negociações palestino-israelenses de que John Kerry tanto falava? Enquanto manifestamos nossa angústia pelos terríveis ataques a gás na Síria, a terra palestina continua a ser roubada. A política likudista de Israel – negociar a paz, enquanto ganha tempo até conseguir roubar toda a terra dos palestinos – prossegue a passos rápidos, e esse é o pesadelo do rei Abdullah da Jordânia (pesadelo pior que as “armas de destruição em massa que inventamos em 2003), que só cresce: que toda a “Palestina” logo estará na Jordânia, não mais na Palestina.
Mas, a dar-se crédito aos absurdos que vêm de Washington, Londres e Paris e do resto do mundo “civilizado”, é só questão de tempo, e nossa espada vingadora degolará os damascenos.
Ver lideranças do resto do mundo árabe a aplaudir essa destruição é talvez a mais dolorosa experiência histórica pela qual a região jamais passou. E a mais vergonhosa. Exceto pelo fato de que estaremos atacando muçulmanos xiitas e seus aliados, sob aplausos de muçulmanos sauditas. Disso se faz a guerra civil.

Robert Fisk -  The independent

do "Quem Tem Medo da Democracia?"

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE CUBANOS

(as maltratadas e infelizes crianças cubanas - e sem I-Pods)


1) Sim, eles falam outra língua, mas é parecida com a nossa. Não há dificuldade na comunicação.


2) Eles são como nós, resultado de bela mestiçagem. São taínos, ciboneys, europeus ibéricos, africanos e tudo isso junto.

3) O modelo de educação socialista praticamente aboliu o racismo naquele país. É uma cultura humana de respeito à diversidade.

4) Os cubanos sorriem bastante, gostam de humor e de uma boa prosa.

5) Como médicos, são bons psicólogos. Conversam bastante, são meticulosos e raramente diagnosticam uma simples virose.

6) Os cubanos fizeram o único país das Américas onde não há mais crianças desnutridas.

7) Sim, eles são ótimos para lidar com problemas básicos de saúde, mas também são bambas em biotecnologia. Nos últimos anos, registraram 600 patentes de remédios, vacinas, softwares e equipamentos de diagnóstico. Foi lá que se desenvolveu, por exemplo, a vacina contra o câncer de pulmão.

Nos últimos anos, Cuba se viu livre da difteria, do sarampo, da coqueluche, da poliomielite e da febre amarela, entre outras doenças.

9) O país com o maior número proporcional de centenários (pessoas com 100 anos ou mais) é Cuba. Supera de longe o Japão, que fica em segundo lugar.

10) Médicos cubanos recebem forte formação humanista. Sabem que não exercem a profissão como um negócio, mas como uma forma solidária de gerar saúde e bem-estar. Que sejamos conscientes para estabelecer com eles uma sólida relação fraterna. Ganhamos todos.


por Walter Falceta Jr.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Que nos perdoem os amigos cubanos!

(e que os perdoem os profissionais dos circos)
Não é intenção deste blog tornar manchete o que vem sendo feito, declarado e manifestado pelos "doutores" quanto ao programa "Mais Médicos" do governo federal.
Seria chamar o leitor de desinformado, se é que alguém leria, logo aqui, algo tão noticiado nas mídias nos últimos vergonhosos dias.
Preciso lembrar ao leitor das declarações de um certo presidente regional de CRM (GRAN DE BOS TA), que incitou o crime de omissão de socorro? Acho que não!!!
Você pode clicar aqui para ver, e não será o MASTRANDEA (que já perdeu uns quilos de tanto vomitar quando abre o Facebook, e consulta seus blogs-fonte) que irá comentar cenas esdrúxulas promovidas por quem, há semanas atrás, em protesto no Ministério da Saúde, bradava aos quatro ventos ser "ricos e cultos" - talvez devamos concordar com o primeiro adjetivo, tendo em vista o histórico sistema de acesso aos cursos universitários mais concorridos e de "status" social (tendência secular que vem sendo quebrada há dez anos, e está na raiz de protestos cômicos promovidos por esses palhaços - isso, eles próprios dizem ser, como demonstra a ilustração - e por seus colegas, há dois meses).
A classe mérdia e a classe médica revelam, à luz dos últimos acontecimentos, sua face mesquinha, hipócrita, fascista e obediente ao apelo midiático e mercadológico de seus líderes lobistas de planos privados.
Tiro no pé: o governo federal comprou essa briga, e, certamente, ganhará.
Essa tática dos grandes chacais do sistema privado de saúde levou enorme bordoada, e eles estão desesperados - muita gente desinteressada por política, informados pela midiona, além, é claro, da população em geral, condenam veementemente a atitude dos boyzinhos de branco.
Mas o objetivo deste texto cheio de sono não é comentar essas atitudes.
Como foi dito, assista (se já não viu).
Quero, na verdade, aqui, parabenizar o Eduardo Guimarães por (mais) esta ação.
Se essa classe médica é formada por bundões (a omissão me irrita demais, e são coniventes esses omissos, portanto, igualmente bundões, como o Lobão, o Arnaldo Jabor e sua turminha), tem que ser alguém humano, engajado, brigador, a tomar uma atitude e pedir perdão aos cubanos, alvo da maior manifestação de xenofobia generalizada que eu já vi.
Eduardo é o tipo de cidadão que, enquanto você está pensando que algo precisa ser feito, já fez. Sempre com sua seriedade, responsabilidade, conhecimento e habilidade com as letras.
Sou um cara ocupado, mas aposto o nada que tenho, que não faço metade do que o colega blogueiro e militante político (até o que o departamento de reportatem do MASTRANDEA conhece).
Declara, então, o editorial do MASTRANDEA, que este espaço condena, VEEMENTEMENTE, a atitude desses que, com a desculpa de querer melhorar o país, querem melhorar, ainda mais, seus rechonchudos bolsos.
E reproduz a carta, publicada no blog do Eduardo Guimarães, de que não  reconhece a autoria, cujo conteúdo que pede desculpas pela atitude insana desses que nunca pegaram no pesado em suas vidas.
Obrigado por nos representar nesta carta.
O MASTRANDEA, igualmente, pede, aos amigos médicos cubanos, PERDÃO.
E lhes deseja sucesso.
(O "mastrandea" sabe que não precisa pedir que SOCORRAM os erros dos nossos fracos médicos).
REPARACIÓN
Les pedimos disculpas a los médicos de Cuba
Estimados doctores cubanos que fueran hostilizados en Fortaleza, Brasil
Presente,
Nosotros, ciudadanos brasileños decentes, democráticos y humanistas y que, les podemos garantizar, no compartimos de la salvajería de algunos pocos compatriotas que los han insultado y agredido desde vuestro arribo en la bella capital de nuestro querido Ceará, venimos a ustedes con un humilde pedido de disculpas.
Aún que la mayoría de nosotros no sea culpable de la estupidez y de los hechos depreciables de esa pandilla que los ha atacado hace rato, no podrá quedar sin reparación lo que ha pasado.
Por primer, les queremos informar que, hace alrededor de unos quince días, se hizo en Brasil una encuesta de opinión del instituto Datafolha – uno de los más grandes de Brasil – en la cual se preguntaba a personas de los cuatro cantos del país lo que pensaban de la venida de médicos cubanos hacia Brasil. 54% de los encuestados han dicho ser favorables.
Lo que ha pasado resultó, pues, de lucha política-ideológica que todos sabemos cómo sucede sobretodo en Latinoamérica. La derecha brasileña les tiene miedo, pues cree que van a hacer un buen trabajo y que, con eso, podran ayudar el gobierno progresista de la presidenta Dilma Rousseff en las elecciones del 2014.
Concluyendo esta reparación que les hemos enviado por medio de la representación diplomática cubana en São Paulo, les pedimos humildemente que no hagan juicio de nuestro pueblo por los hechos de unas cabezas pequeñas y miserables que se han olvidado de todo lo que es mínimo en una democracia.
En espera de buena acogida, les saludan…

do Blog da Cidadania

domingo, 25 de agosto de 2013

Ministro Padilha: 'Não venham ameaçar a saúde da população'


Brasília – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou as ações judiciais contra o Programa Mais Médicos. Ontem (23), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o programa. “O governo já ganhou todas as medidas judiciais. Temos muita segurança jurídica do que estamos fazendo. Quem quiser pode fazer sugestões para aprimorar, agora não venham ameaçar a saúde da nossa população que não tem médico. O que move o Ministério da Saúde é levar médicos aonde a população não tem médicos”, disse Padilha hoje, em Brasília, ao participar de um evento da campanha de vacinação infantil.

Ministro diz que governo tem segurança jurídica sobre programa, que começa hoje a receber os primeiros 400 médicos cubanos

Na petição, as entidades alegam que a contratação de profissionais formados em outros países sem que sejam aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) é ilegal. “A medida retira dos conselhos regionais de Medicina a competência para avaliar a qualidade profissional do médico intercambista, na medida em que suprime a possibilidade de fiscalizar o exercício profissional por meio da análise documental para o exercício da medicina”, informa o documento.
As entidades ainda dizem que a medida do governo promove o exercício ilegal da medicina. “A pretensão do governo federal não garante políticas públicas de qualidade e tem o condão de permitir o exercício irregular e ilegal da medicina no Brasil, eis que é sabido de todos que não existe revalidação”. A ação é relatada pelo ministro Marco Aurélio Mello.
O programa foi alvo de cinco ações judiciais, três na Justiça Federal em Brasília e duas no STF. O Mais Médicos foi questionado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) em mandado de segurança sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello. Além da ação de Bolsonaro, havia outro questionamento da Associação Médica Brasileira que foi negado pelo ministro plantonista Ricardo Lewandowski antes mesmo de ouvir as partes envolvidas.
O primeiro grupo de médicos cubanos que vêm para o Brasil trabalhar pelo Programa Mais Médicos chega hoje no Recife, às 13h55, e em Brasília, às 18h. Na capital federal, eles serão recebidos pelo secretário especial da Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. O restante do grupo desembarca neste domingo (25) em Fortaleza, às 13h20, no Recife, às 16h, e em Salvador, às 18h, segundo o ministério. Ao todo, 644 médicos, incluindo os 400 cubanos, com diploma estrangeiro chegam ao Brasil até amanhã (25). Na sexta-feira (23), começaram a chegar os médicos inscritos individualmente em oito capitais.
Os profissionais cubanos fazem parte do acordo entre o ministério e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para trazer, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Eles vão atuar nas cidades que não atraírem profissionais inscritos individualmente no Mais Médicos. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rebateu as críticas das entidades médicas que questionam a formação médica dos cubanos.
“Entre hoje e amanhã chegam 400 médicos cubanos muito experientes e 86% deles têm mais de 16 anos de experiência em missões internacionais. Chegam para os 701 municípios que nenhum médico brasileiro ou estrangeiro escolheu individualmente. O ministério vai acompanhar a qualidade dos médicos cubanos. Por isso que nós exigimos que sejam médicos experientes, todos eles têm especialização em medicina da família e outros programas de pós-graduação”, disse.
Sobre as críticas de que os médicos cubanos vão receber menos (entre R$ 2,5 e R$ 4 mil) do que os outros médicos do programa, que vão ganhar R$ 10 mil ao mês, o ministro destacou que não é possível fazer comparação por serem realidade diferentes. “Os médicos cubanos têm uma carreira e vínculo permanente com Cuba, o fato de virem em uma missão internacional faz com que os salários deles aumentem, é um bônus no salário além da remuneração que vão ter aqui, diferentemente de outros médicos estrangeiros que vêm para cá [Brasil] e não têm emprego no país de origem”, disse Padilha.
“Esses médicos terão moradia e alimentação garantidas pelos municípios que assumiram o compromisso de participar do programa. O Ministério da Saúde vai acompanhar de perto as condições de vida desses profissionais para que tenham tranquilidade para atuar e atender bem a nossa população”, declarou. De acordo com o Ministério da Saúde, serão repassados R$ 10 mil por médico cubano à Opas, que fará o pagamento ao governo cubano. Em acordos como esse, Cuba fica com uma parte da verba.
Na segunda-feira (26), tantos os médicos inscritos individualmente (brasileiros e estrangeiros), quanto os 400 cubanos contratados via acordo começam a participar do curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa. Após a aprovação nesta etapa, eles irão para os municípios. Os médicos formados no país iniciam o atendimento à população no dia 2 de setembro. Já os com diploma estrangeiro começam a trabalhar no dia 16 de setembro.
O curso vai ter carga de 120 horas com aulas expositivas, oficinas, simulações de consultas e de casos complexos. Também serão feitas visitas técnicas aos serviços de saúde com o objetivo de aproximar o médico do ambiente de trabalho.

por Ana Cristina Campos, da Agência Brasil publicado 24/08/2013 14:03

da REDE BRASIL ATUAL

http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/08/padilha-lamenta-acao-contra-mais-medicos-nao-venham-ameacar-a-saude-da-populacao-1251.html

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Rillo: Alckmin, a raposa, o galinheiro e o cartel


("Ele tem uma cara de bonzinho..." - anônimo)


por João Paulo Rillo

publicado em 14 de agosto de 2013 às 15:50

A empresa Siemens denunciou a prática de cartel em diversas licitações do governo paulista durante pelo menos 10 anos. As denúncias citam o governador Serra, como foi mostrado pelo jornal Folha de S. Paulo, e, pelo período que atravessou, ocorreu nos períodos de governo de Alckmin e Mário Covas, como bem mostra a revista IstoÉ na histórica capa sobre o “propinoduto”.
As denúncias sobre pagamento de propina para viciar licitações no caso Alstom e Siemens são de conhecimento público desde meados da década passada e, em 2008, chegaram em cheio ao Brasil, com inúmeros caso relatados pela imprensa na época, até com confissão de diversos autores desse esquema.
A bancada do PT entrou com 15 representações e o Ministério Público as arquivou, por não encontrar prova – os ministérios públicos suíço e alemão foram à Justiça e conseguiram, nesses países, a condenação dessas práticas.
No caso alemão, houve a condenação da empresa por propinas pagas de oito milhões de euros, que tinha a ajuda de donos de offshore brasileiras encarregadas de lavar o dinheiro e pagar a autoridades paulistas por trabalho fictício.
O cartel tem contratos de, pelo menos, R$ 30 bilhões que, segundo informações da Siemens na matéria daIstoÉ, foram firmados com superfaturamento de 30%, ou seja, chegaríamos a R$ 9 bilhões desviados, o que daria para fazer pelo menos 20 quilômetros de metrô ou passagem grátis por 4 anos nesse meio de transporte. Isso sem contar os quase 35 quilômetros de metrô que os tucanos deixaram de fazer por má gestão administrativa.
A bancada do PT pretende afastar cinco personagens: o atual presidente da CPTM, Mário Manuel Seabra Rodrigues Bandeira, com contratos e aditamentos julgados irregulares no valor de R$ 915 milhões; o atual Diretor de Operação e Manutenção, José Luiz Lavorente; Décio Tambelli, que cuida da PPP da linha 4 e das novas PPPs, como da linha 6, que movimentará mais de R$ 6 bilhões; Nelson Sclagioni, atual chefe no Metrô; e o atual Secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, que ocupou o mesmo cargo na gestão anterior do governador Geraldo Alckmin.
A revista IstoÉ traz, nessa semana, foto de Lavorente, Jurandir Fernandes e do lobista Arthur Teixeira, mostrando a proximidade desses personagens. Lavorente, Seabra Bandeira e Jurandir Fernandes foram responsáveis por contratos e aditamentos de contratos lá atrás e, se foram conivente ou não perceberam a ação do cartel lá atrás, não parecem preparados para exercer as funções que exercem hoje.
O governador afirmou aos jornais no dia 6 de agosto de 2013 que “não tem notícias da participação de agentes públicos na suposta formação de cartéis, mas garantiu que, se essa hipótese for confirmada, o servidor será punido. Alckmin disse ainda que não tem informações de que a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos sabia do suposto esquema”.

João Paulo Rillo é deputado estadual (PT-SP)

do VIOMUNDO


Vários deles pedem “ditadura militar, já”



Operação 7 de setembro da direita


Com a chamada jornada de junho, a direita nativa ganhou coragem para ir às ruas – como atestaram várias cenas fascistoides contra as forças de esquerda

Em sua coluna de domingo (18), em O Globo, o “imortal” Merval Pereira deu a pista. Após expressar os seus temores com o julgamento do “mensalão do PT”, ele apostou suas fichas nas “grandes manifestações que estão sendo convocadas em todo o país para comemorar o Dia da Independência na visão da cidadania”.
Um rápido monitoramento na internet revelou de qual “cidadania” o jornalista gosta. Uma tal “Operação 7 de setembro” está sendo organizada com forte influência de setores da direita nativa.
Até o momento, segundo os organizadores, há 162 protestos agendados, incluindo todas as capitais. A mobilização não tem nada de “espontânea”. A página do grupo é bem profissional – com um vídeo incendiário, áudios e outros recursos multimídias. As bandeiras da “Operação 7 de setembro” explicam a alegria do colunista global: “prisão dos mensaleiros”; “fim do voto obrigatório” e “reforma tributária”, entre outras propostas que agradam tanto os setores conservadores da sociedade. 
Para os mentores dos protestos, a reforma tributária deve “desonerar a folha de pagamento das empresas, acabar com a contribuição do salárioeducação e parte da contribuição patronal para a Previdência Social”. 
Em dezenas de páginas no Facebook, a postura fascistoide dos organizadores da “operação” fica ainda mais explícita. Vários deles pedem “ditadura militar, já”; “fora os petralhas corruptos”; “fechamento do Congresso Nacional”. 
Há, também, mensagens progressistas por mais educação, saúde e justiça social, mas elas são minoritárias. No caso da convocação do ato para Brasília, alguns insinuam com provocações durante a parada militar do 7 de setembro. 
Com a chamada jornada de junho, a direita nativa ganhou coragem para ir às ruas – como atestaram várias cenas fascistoides contra as forças de esquerda. É bom ficar esperto!

por Altamiro Borges

do "Brasil de Fato"

http://www.brasildefato.com.br/node/23874

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Brasil ganha reconhecimento internacional na promoção da agricultura familiar



Dados recentes divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apontam que quase 870 milhões de pessoas no mundo passam fome. O número equivale a 12,5% da população do planeta. No Brasil, até 2011, ano de criação do Plano Brasil Sem Miséria, 16 milhões de pessoas estavam em situação de extrema pobreza. Desse total, quase a metade (47%) encontrava-se no campo. Cenário que começou a mudar. Em março deste ano, famílias nessas condições receberam complementação de renda do Bolsa Família para alcançar renda mensal de até R$ 70 por pessoa – condição socioeconômica para ser considerado extremamente pobre. Contudo, estima-se que 700 mil brasileiros ainda estejam em situação de miséria.
O 25º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) há quase 65 anos, afirma que toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar saúde e bem estar a si e a sua família. Nesse quesito, a diretriz mundial inclui a alimentação como um dos pilares fundamentais resguardados. Não por menos, o desafio da erradicação da miséria e a segurança alimentar são assuntos presentes e constantes na agenda dos líderes mundiais. No Brasil, a preocupação não é diferente. Por aqui, o enfrentamento à fome segue alinhado às ações que priorizam a inclusão produtiva no meio rural, estratégia estabelecida pelo Plano Brasil Sem Miséria, ação interministerial do Governo Federal para erradicar a fome e a extrema pobreza. Entre as iniciativas que se destacam nessa área, está o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), articulado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Com dez anos de existência, o PAA já comercializou mais de quatro milhões de toneladas de alimentos oriundos de empreendimentos da agricultura familiar. O montante deve movimentar, até o fim de 2013, quase R$ 5 bilhões. Na avaliação do representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, a agricultura familiar já é percebida no País como uma solução para desenvolver e manter a segurança alimentar e a erradicação da pobreza. “A agricultura familiar é um setor muito estratégico para o governo brasileiro. O Brasil, no contexto da América Latina, é o país que mais apresenta tecnologia social e instrumentos econômicos para fortalecer e, assim, sobreviver [dessa área].”
A operacionalização do programa consiste em comprar alimentos diretamente dos agricultores familiares, sem processo licitatório e com preços compatíveis aos praticados nos mercados regionais. Os produtos adquiridos com recursos do Governo Federal são encaminhados para entidades pertencentes às redes socioassistenciais – restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos – e para famílias em situação de vulnerabilidade social. Além disso,  o PAA funciona como um instrumento garantidor de maior estabilidade financeira às organizações de agricultores familiares por meio da modalidade de Apoio à Formação de Estoques. Essa modalidade permite que cooperativas e associações comprem alimentos dos seus  agricultores, agreguem valor a esses produtos e os comercializem  no momento mais propício em termos de preço, para mercados públicos ou privados. O programa é executado com recursos do MDA e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com estados, municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A mudança na concepção do conceito de agricultura familiar e a construção de políticas estruturantes específicas para o desenvolvimento sustentável do setor no Brasil despertaram o interesse de países vizinhos.  “A agricultura familiar precisa ser preservada, precisa ter sustentabilidade, não somente ecológica, mas, também, social. Por isso, as políticas desenvolvidas no Brasil servem de modelo para outros países da América Latina e para a África. O PAA e o Pnae  [Programa Nacional de Alimentação Escolar], por exemplo, também estão sendo aplicados na África baseados nas políticas desenvolvidas no Brasil”, pontua Bojanic.
Incentivo à agricultura familiar
Além dos mercados de compras institucionais, o Brasil lança, a cada ano, um conjunto de políticas públicas simultâneas e permanentes para fomentar a organização econômica e a sustentabilidade no meio agrícola. Essa divulgação é conhecida como Plano Safra da Agricultura Familiar. Somente no último Plano, com vigência entre junho de 2012 a maio de 2013, a agricultura familiar contratou mais de R$ 19,2 bilhões em crédito rural por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do MDA. O valor ultrapassou, pela primeira vez na história do programa, o montante disponibilizado inicialmente pelo Governo Federal para financiar as operações de custeio e investimento, que na safra 2012/2013 foi de R$ 18 bilhões.
As medidas do Plano incluem, ainda, recursos para apoiar o cumprimento dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), do Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), do Garantia-Safra e, em especial, das atividades produtivas rurais das famílias incluídas no Plano Brasil Sem Miséria.
O esforço do governo brasileiro para desenvolver a produção familiar rural foi reconhecido internacionalmente. Em dezembro passado, a FAO afirmou, em seu boletim, que o Brasil se destaca por ser um dos países da América Latina e Caribe que mais apoiam a agricultura familiar por meio de programas públicos. Para Alan Bojanic, as políticas públicas implementadas no País caminham para desenvolver e manter a segurança alimentar. “Esse objetivo, sem dúvida, é o coração dessas propostas. O fortalecimento da agricultura familiar também tem uma conotação social muito importante, ele está associado a um tema cultural. Logo, fortalecer a agricultura também é uma forma de preservar a cultura, tem uma dimensão além da econômica. O dinheiro está sendo canalizado para proteger, também socialmente, os cidadãos das áreas rurais, que estão vulneráveis. E os exemplos do Nordeste brasileiro são muito visíveis desses círculos virtuosos quando se tem políticas sociais”, finaliza.
Aliança latina
Em fevereiro de 2013, a FAO anunciou a parceria com os países do Mercosul para promover a agricultura familiar. A cooperação foi firmada durante a Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf), em Santiago, no Chile. A união das organizações vai apoiar agricultores familiares da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela – responsáveis por gerar mais de 70% do emprego na área agrícola na América Latina e Caribe.
“Os processos de integração no Mercosul estão ocorrendo cada vez com mais força. A aliança vai estruturar, justamente, como ter políticas harmonizadas e conjuntas para atender os agricultores familiares de todo o Mercosul. Serão iniciativas com repercussão nas economias nacionais, como nos processos de integração na área agrícola, facilitação do comércio e o controle das doenças, em uma perspectiva regional”, explica Alan Bojanic.
A cooperação será realizada no âmbito do Fundo de Agricultura Familiar do Mercosul, uma ferramenta criada pelos países do bloco. 

PAA e a alimentação animal
O lançamento do Plano Safra Semiárido, anunciado em julho deste ano, trouxe mais um novidade para os agricultores familiares que acessam o PAA. A partir de agora, as modalidades de compras do programa incluem a aquisição de forrageiras, mudas e sementes – uma alternativa para preparar os agricultores para enfrentar os efeitos da estiagem no Semiárido brasileiro. Com isso, os produtores que tenham excedente de forragem (como a palma forrageira) poderão vendê-lo por meio do PAA. O limite de venda por agricultor é de R$ 8 mil por ano.
do Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário 
Roberta Paola 
(61) 2020 0262/ (61) 2020 0222 
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domingo, 11 de agosto de 2013

CASO SIEMENS DESMORALIZA DE VEZ A MÍDIA ENGAJADA



O editorial de Veja desta semana, do jornalista Eurípedes Alcântara, é um monumento ao cinismo. Nele, o diretor da revista afirma: "Há indícios, mas não provas". No texto, diz que "ao escândalo Siemens no Brasil faltam evidências sólidas" e diz que "tanto quanto as autoridades, os repórteres de Veja as estão buscando" (pausa para gargalhada). Antes dele, Merval Pereira havia lamentado a corrupção no PSDB e Reinaldo Azevedo afirmou que a teoria do domínio do fato não poderia ser aplicada a tucanos como Andrea Matarazzo. Essa cautela, evidentemente, jamais existiu em relação aos adversários políticos dessa mesma imprensa, que eram criminalizados ainda enquanto réus. O que demonstra que a ética se transformou, no Brasil, em instrumento de guerra política e comercial
Nunca foi tão fácil enxergar o cinismo, a desfaçatez e a hipocrisia da imprensa brasileira. Bastou que um escândalo atingisse seus aliados políticos tradicionais, para que essa postura viesse à tona. Do escândalo Siemens, emerge uma mídia que opera com dois sistemas métricos distintos: um para os amigos, outro para os adversários.
De todas as peças produzidas até agora, a mais cara de pau é o editorial de Veja, assinado por Eurípedes Alcântara. "Há indícios, mas não provas", diz o diretor de Veja. No mundo da Editora Abril, os olhos estão fechados para os emails da Siemens e da Alstom que falam em licitações combinadas e até em propinas para grão-tucanos como Robson Marinho, ex-secretário da Casa Civil, e Andrea Matarazzo, figura próxima a Mario Covas, José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
No mundo de Veja, não existem provas, apenas indícios, mas há três anos a imprensa noticiou o bloqueio de uma conta na Suíça atribuída a Robson Marinho, braço direito de Mario Covas, cujos recursos seriam provenientes da Alstom (leia aqui reportagem do Estado de S. Paulo). Documentos agora revelados – e ignorados por Veja – falam que a propina da Alstom cobriria RM (Robson Marinho), o partido (o PSDB) e a Secretaria de Energia (ocupada, à época, por Matarazzo).
Como Eurípedes sabe que empresta sua pena a um argumento indefensável, ele praticamente dá um piti, no seu editorial. "A esta altura, porém, não há como esquecer que o PR, o PTB, o PMDB e, claro, o PT acostumaram o Brasil a um padrão de escândalos tão abundantes em provas e com enredo tão ousado quanto primário que é impossível ser igualado. São dólares na cueca, mansão cheia de prostitutas em Brasília, Land Rover, jatinhos, governo paralelo montado em quartos de hotel, balcão de negócios dentro do Palácio do Planalto, filme de corrupto embolsando dinheiro, confissão, drama, condenação à prisão pelo STF – só não tem arrependimento".
O que ele não afirma é que o padrão do metrô supera toda a sua descrição. Mais sofisticados, os tucanos operaram com empresas internacionais, indicaram a elas que empresas deveriam ser subcontratadas e, em alguns casos, como parece ser o de Robson Marinho, apontaram as contas no exterior que deveriam receber os recursos.
Diante das evidências, cai por terra o argumento de que a imprensa brasileira representa "os olhos e ouvidos da ação". Veja, por exemplo, é claramente caolha. Só enxerga o lado que interessa. Mas não está só. Antes dela, o colunista Merval Pereira lamentou a corrupção tucana e se apressou em inocentar o ex-governador José Serra (leia aqui). Reinaldo Azevedo deu um chilique e afirmou que a teoria do domínio do fato, usada pela Polícia Federal para indiciar Andrea Matarazzo e pelo Supremo Tribunal Federal para condenar José Dirceu, não poderia ser aplicada ao político tucano (leia aqui).
Ora, se a mesma cautela fosse aplicada aos adversários dessa mesma imprensa, o julgamento mais emblemático dos últimos anos teria transcorrido de forma bem menos turbulenta. No entanto, se para os amigos as provas podem ser transformadas em indícios, para os adversários os indícios também podem ser convertidos em provas. Além disso, essa mesma imprensa que faz da ética seu cavalo de batalha se julga no direito de colocar a faca no pescoço de juízes – como Veja faz nesta semana em relação a Ricardo Lewandowski (leia aqui) – para defender seus interesses políticos, que, na prática, são interesses comerciais.
Pobres dos juízes e procuradores que se deixam manipular por uma imprensa partidária, seletiva, autoritária e, agora, totalmente desmoralizada.
PS: o editorial de Eurípedes termina com a piada do ano. "Ao escândalo Siemens faltam evidências sólidas. Tanto quanto as autoridades, os repórteres de Veja as estão buscando".
Podem rir à vontade.
do Brasil 247
por Mastrandea

OS "COXINHAS"


Lá vem, lá vem, um montão de pomposos revoltadozinhos, todos brancos
Recrutados entre a elite, a classe “mérdia” com suas medíocres vidazinhas
Falsos, reclamam de Vinte Centavos, ensaiam pose a trancos e barrancos
(Os pobres, os necessitados e operários estão dos outros lados das linhas)
São os criticozinhos-daslu agora popularmente tachados de ‘COXINHAS’

Lá vem eles com seus energéticos caríssimos, de marca, todos importados 
Com seus belos frascos de sprays comprados em Miami ou em Cancun
São riquinhos em revoltas; em shopping classe A muito bem orquestrados
Afinal ser do contra agora está na moda, virar critico não faz mal nenhum
São ricos Coxinhas com grife, todos em pose, bem vestidos, marombados

Bandeiras do Brasil, Hino Nacional Brasileiro, belas faixas e caros cartazes
Volta e meia ouvimos cantar os reacionários, um bando em antro de galinhas 
São moças com caríssimas mochilas; estão todos bem vestidos os rapazes
Marcham se como um exército de burgueses – soam como se aves daninhas
São os filhotes diferenciados do Morumbi, são os babaquaras... Coxinhas

Não, o miserável salário mínimo de antes... não é mais aquele que antes era
E nem de longe é tão alto o risco Brasil, o dólar, sequer é alta a inflação
Nem há aquela dívida externa da herança maldita, vivemos a primavera
Tudo soa muito montado, vaidoso, artificial, de fachada pra atiçar alguma fera
E o povo, o povão mesmo, tachou a caterva rica baderneira de Coxinha então

São Paulo o estado mais corrupto do Brasil, que foi refém do crime organizado
Sucateou, quebrou e vendeu o estado público a preço de banana, privatarias
Por que afinal de contas marcham esses Coxinhas; essa manada, gordo gado
Tramaram na Disneylândia ou no Guarujá essas montadas novas patifarias?
Coxinhas marcham sem saber pra onde e valem-se da mídia suja e todas vias

Um depreda, outro rouba, assalta, outro com máscara de Anônimus saqueia
Outro mané brada “Fora Dilma” - outro ainda xinga a senhora Presidenta 
Dezoito anos de um governador banana que com a mídia amoral tapeia
Mas segue a passeata montada agregando alguns coiós na marcha lenta
Coxinha não cabe em si de falso orgulho; o protesto por si só não se sustenta

Mas a mídia corrupta e amoral elogia. Alvoroça os despolitizados baderneiros
Posam de vitimizados; com seus jargões furados e brados jecas em ladainhas
Filhinhos reacionários e tapados de pais corruptos e ladrões do fisco vezeiros
De sobra o filhote rico feito garnisé de briga sem causa, todos falsos, criticazinhas
No Estado mais rico do Brasil, estado mais corrupto do Brasil, são os COXINHAS

Os pobres, os pobres mesmo, ah eles estão surpresos, estão sondando, assustados
Com os ônibus urbanos logo pelos Coxinhas saqueados, alguns até incendiados
São jovens janotas e boçais berrando, de Samparaguai os criticozinhos-daslu 
O Estado máfia com hienas ricos do Morumbi, de Higienópolis, do Pacaembu
Aquilo não é paralização por nada, é desfile de grifes que mais parece rende-vous

Tentam fazer terrorismo rastaquara, querem derrubar o metalúrgico ex-presidente
Moram em casamatas com guaritas e mansões em Moema, tais amebazinhas
Agregam idiotas, estudantes, párias, vagabundos, no embalo vai muita gente
Vão na contra corrente, não são nem trabalhadores legais, são os Coxinhas
Vagabundos, reacionários, como se desfilassem num presépio, vaquinhas...

Vão e vem, os novos integralistas de São Paulo, o Estado Máfia, verdes galinhas
Reacionários às pencas, juventude fascista, algum com coquetel molotov armados
Inocentes inúteis, rebeldes sem causa, medíocres, riquinhos quase todos alienados
São agora massa de manobra da extrema-direita, os antitudo agora, os tapados
No bom português da paulistada, curso e grosso são os endinheirados COXINHAS!


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Cyber Poeta Silas Correa Leite
www.portas-lapsos.zip.net
E-mail: poesilas@terra.com.br
(Poema da Série: “O Gigante Não Acordou Agora, os Anões de Jardim é que Estavam na Disneylândia Comprando Fantasias de Patetas)


por Mastrandrea