domingo, 21 de agosto de 2011

A "faxina" e seus tentáculos

...e a mídia continua a arrebanhar



Há tempos, o pessoal do editorial do Mastrandea tem querido dizer umas coisinhas sobre essa armadilha que o conglomerado Direita/PIG vem armando contra Lula e sua história, através de Dilma e o que eles chamam "faxina" (referência às demissões em massa que tem havido em alguns ministérios da presidente). 
Esquecem-se (melhor, fazem esquecer) que quem indicou Dilma foi Lula, para começo de assunto...
E o texto de Eduardo Guimarães "tirou da nossa língua" algumas coisas de que se esquecem, até mesmo, os que apoiaram nosso eterno "barba".

PS: Esse texto também vem a ajudar a movimentar este blogue, dada a preguiça intelectual do pessoal da criação...

Em Defesa de Lula

Só no Brasil mesmo para alguém ter que defender o autor de uma obra como a de Luiz Inácio Lula da Silva, o eterno presidente Lula. E o que mais espanta não é a mesquinhez dos inimigos, mas a ingratidão de parte dos que apoiaram seu governo e que agora apóiam o da sucessora que ele indicou e elegeu com a sua popularidade imensurável.
Em qualquer parte do mundo, sob qualquer avaliação séria, o que Lula logrou produzir no Brasil é considerado quase um milagre. Não deveria espantar, no entanto, a falta de memória popular eternamente cantada em verso e prosa, apesar de que a imensa maioria dos brasileiros ainda tem consciência da obra do ex-presidente.
Compreendo que os inimigos de Lula, essas amebas que sabotaram o Brasil durante os oito anos anteriores só para atingi-lo, tentem agora destruir a memória nacional sobre os prodígios que este país conseguiu ao fim da primeira década do século XXI.
Como, além de mesquinhos, os inimigos de Lula são covardes, não espanta que tentem se aproveitar do fato de ele não ter mais o púlpito da Presidência da República para se defender. Não compreendo, porém, quando o ataque parte daqueles que, ao apoiarem o governo eleito por mérito quase inteiro do ex-presidente, terminam por injustiçar Lula.
Ele vem sendo acusado, nos debates sobre a conjuntura política, de, pasmem, “não ter feito nada para democratizar a comunicação no Brasil” e de, no início de seu mandato, também ter sido considerado “traidor” de seus princípios ao adotar política econômica subserviente ao mercado.
Partindo da direita midiática, posso aceitar tal premissa. Mas é absurdo ver alguém que apóie de verdade o atual governo – e que, portanto, deve ter apoiado o anterior – dizer essas barbaridades sobre a era Lula.
O que primeiro chama a atenção é a falta de visão histórica em tal afirmação. Quem não consegue distinguir o estado em que Fernando Henrique Cardoso entregou o governo a Lula do estado em que o país estava quando o mesmo Lula passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff, talvez não mereça resposta.
Ainda quero crer, porém, que essas pessoas estão meramente se deixando enganar. Não quererei crer que agem por má fé ao endossar a “faxina” do “lixo” da “herança maldita” que a direita midiática atribui a Lula. Portanto, quero refrescar memórias.
Lula recebeu um país arrasado, com inflação e desemprego nas alturas, estagnado economicamente, sem investimentos, sem reservas cambiais e sem crédito internacional, fosse financeiro ou conceitual. Entregou a Dilma um país pujante, internacionalmente reconhecido, crescendo fortemente, com quase pleno emprego e inflação sob controle.
Apesar disso, enfrentou a artilharia mais sórdida talvez desde Getúlio Vargas. Sua família, sua dignidade e até a sua sexualidade foram alvo de ataques incessantes. Tentou-se derrubá-lo com os mesmos “escândalos de corrupção” que a direita sempre usou para depor governos progressistas na América Latina.
Lula, com sua imensa inteligência política, soube enfrentar as críticas e os ataques com uma postura altaneira e com seus discursos sempre corajosos, por meio dos quais enfrentou os que diziam que não conseguiria governar. Fez isso desde que tomou posse pela primeira vez, em 2003.
Durante o processo eleitoral de 2002, em que se sagrou presidente da República, Lula deixou absolutamente claro, para quem nele quisesse votar, que não quebraria contratos e que não daria guinadas na convivência com o mercado financeiro internacional, infringindo as regras do jogo que, após a década anterior e o Consenso de Washington, tornaram-se compulsórias para as nações.
Este blogueiro jamais chamou Lula de traidor e entendeu perfeitamente sua postura relativamente contemporizadora até que, em 2005, eclodisse o escândalo do “mensalão”. Tinha, então, a consciência histórica da situação em que ele havia recebido o país e de que seria preciso pôr a casa em ordem antes de avançar em sua democratização, que passaria pela comunicação.
Após lograr o que se temeu que não ocorresse, reeleger-se em 2006, Lula estava livre para avançar na democratização da comunicação no Brasil. Em 2008, durante o Fórum Social Mundial, convocou a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que ocorreria cerca de um ano depois, ao final de 2009.
Lula delegou ao ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Franklin Martins a missão de elaborar um projeto de regulação da comunicação no Brasil que se inspirou nas legislações mais avançadas do mundo, tais como as de Estados Unidos, Inglaterra, França e, também, nas deliberações da Confecom.
O projeto de regulação da comunicação foi deixado pelo ex-presidente Lula após um longo processo, com dezenas de conferências pelos Estados, regiões e cidades, e com fóruns e seminários com autoridades da comunicação de outros países. Fez isso suportando artilharia imensa da mídia desencadeada justamente por conta do processo que a fazia sentir-se ameaçada.
Foi duro para Lula suportar a artilharia que sofreu da mídia por ter erigido o projeto que deixou ao fim de seu governo para colocar ordem no prostíbulo que é a comunicação neste país, com oligopólios ilegais que se valem de ações criminosas iguais ou piores do que as que já se sabe que praticam os tablóides britânicos controlados por Rupert Murdoch, entre outros.
Também foi preciso coragem para enfrentar grandes interesses a fim de transformar o Brasil em um país muito mais justo e pujante, um país que assombra por ter se tornado um mar de estabilidade e progresso em meio a um mundo caótico. Lula fez isso graças aos milhares – eu disse milhares – de discursos políticos ao longo de seu governo de oito anos.
A cada frase que dizia – e que calava fundo no coração do povo – era fustigado pela direita midiática logo em seguida. Já em seu discurso de posse não deixou de mandar seus primeiros recados, lembrando o preconceito que teve que enfrentar para chegar aonde chegara. Dali em diante, nunca mais deixou de dizer sempre o que precisava ser dito.
Acompanhei, in loco, o processo de democratização da comunicação implantado em vários países da América do Sul, tais como Argentina, Bolívia, Equador ou Venezuela. Em todos esses países foi preciso muita coragem. Foram processos traumáticos, mas o povo fez a sua parte apoiando aqueles líderes e os países chegaram lá.
Entendi que os discursos de Lula não se traduzissem em ações tão intensas quanto as empreendidas nos países vizinhos. Queria processo menos traumático. Mas ele agiu, sim. O Conselho Federal de Jornalismo e a Ancinav foram tentativas frustradas porque não havia apoio no Congresso, mas pelo menos foram tentativas.
Quanto à “herança maldita” que a mídia diz que Lula deixou, sobretudo no que diz respeito a essa absurda herança de “corrupção”, é inaceitável. Toda administração pública pode conter corruptos. Acontece no governo federal, nos governos estaduais e municipais.
O fato de se colocar lente de aumento sobre problemas no governo federal não significa que sejam maiores ou menores nesse governo, nem o fato de que não se cobra “faxinas” em governos como o de São Paulo ou de Minas quer dizer que não exista corrupção neles. Apenas denota que a corrupção dos aliados da mídia é protegida por ela.
Este manifesto, portanto, é em defesa de Lula e de sua obra épica. Nele, peço respeito à memória de um governante que transformou este país para sempre. Uma memória que já se tornou um patrimônio nacional e que pessoas como este blogueiro lutarão para preservar enquanto tiverem um mísero sopro de vida dentro de si.

por Eduardo Guimarães



domingo, 5 de junho de 2011

Qual é o problema, afinal?




Todo mundo sabe que o "bullying" destrói a autoestima de suas vítimas.
E todo mundo sabe (?) que esse tipo de atitude, cultural na américa, é consequência das ditaduras estéticas modernas, da precocidade com que a sexualidade atinge as crianças, e da enorme incapacidade humana em conviver com os diferentes.
Coisas do capitalismo. Interesses...
Entretanto, há diferença nas reações e sequelas futuras dessas vítimas.
Essas reações estão diretamente ligadas aos estímulos e oportunidades oferecidas: falando-se pedagogicamente, educação digna e estrutura escolar, física e técnica, adequada, ou seja, oportunidades variadas.
Vimos o "assassino" (para mim, nada além de uma vítima) de realengo em ação, a cores e com detalhes, por meio, é claro, daquela que é a maior fábrica de "status quo", a maior fábrica de excluídos, que existe, chamada Rede Globo.
Essa mesma foi a primeira a crucificar e demonizar mais uma de suas vítimas, como sempre faz.
Para ela e seus fiéis seguidores, é preciso que se criem monstros que justifiquem e avalizem sua bondade, beleza, riqueza, bunda redonda, perfume e frescor... igualzinho à colônia que usa Ana Maria, seus cinquenta e quatro dentes e seu escudeiro-papagaio nas felizes e fartas manhãs brasileiras.
Contrassenso, não é?
Bem. Foda-se a Rede Globo...
Chega de falar de gente inútil.
Vamos ao que interessa.
Clique aqui para ver mais uma vítima de "bullying" se vingando do mundo todo e fazendo sua mãe chorar muito.


por Mastrandea






quinta-feira, 19 de maio de 2011

"É umas mula esses jornalista"

(imagem do imprescindível Latuff)

O PIG/GLOBO quer nos emburrecer de vez. Ou são uns bolhas, ou estão muito mal-intencionados. E eu aposto que é o caso dos dois. 
E não está fácil de se suportar as pessoas repetindo que 'os livros do MEC ensinam a escrever errado'. Não aguento mais. E quando não aguento mais, venho vomitar meu asco aqui no blog. 
Esclareça-se que me refiro aqui à classe média, cuja vida resume-se em obedecer à moda da novela, ir a Miami, querer carro novo e pensar no próximo implante de silicone. Estes, podiam deixar de fazer da emissora aqui referida sua única janela para a realidade e investir mais em livros, estudos, viagens além da Disney World... Mas, é mais fácil reproduzir baboseira, né?
Pois bem. Então, quem está errado nessa história, além dos acima citados?
Errados estão os professores que, ignorantes à Linguística (por preguiça), corrigem o falar de seus alunos, às vezes até os submetendo a humilhações e castigos por conta de falares e gírias.
Errados estão os que pensam que para falar, para comunicar-se, é preciso norma.
Os mesmos que afirmam que Lula é um burro porque fala "errado". Como assim? Ele tem seu estilo, comunica-se muito bem, por sinal. Ou sua força política vem de onde? De seus belos olhos? Política é comunicação!
Se um estudante grita ao outro mais apressado, na saída da aula, "peraí qu'eu já tô ino", ou o mecânico diz ao seu ajudante "os carro branco tão tudo sujo", não há rede de televisão que me prove que há erro. Muito menos a histérica-jornalista-"linguista" Mônica Waldvogel, que quis reinventar a ciência da linguagem no programa "Entre Aspas", da péssima Globonews.
Fala não tem regra. Tem adequação. As pessoas não conversam entre si numa mesa de bar usando a mesma linguagem que usariam se estivessem numa reunião de trabalho. Ninguém se comunica numa entrevista de emprego usando a linguagem que usaria se estivesse pedindo uma cerveja no botequim. Um bom falante é o que sabe colocar-se bem linguisticamente em todas as situações, comunicar-se bem com qualquer um.
Existe norma para a escrita. E ela é aprendida lendo livros. Simples. Uma pessoa apreenderá o falar culto se for bom e assíduo leitor, e pode, ou não, usá-lo para falar.  
A língua escrita sim, essa é mutilada pela mesma classe média que hoje desce a lenha no livro do MEC. É a classe média que coloca a língua em maus lençóis todo dia, a toda hora, seja com seus trabalhos acadêmicos, com seus anglicismos e gerundismos. Esses, quando resolvem escrever, o desastre é quase certo. Esses sim, têm que ajoelhar no milho, levar uns cascudos e ficar no canto com o chapéu (as orelhas já vêm de fábrica)...
Clique aqui para ver a jornalista, economista, cientista política, metereóloga, astróloga, taróloga, esotérica e agora linguista sendo motivo de chacota de quem estudou um pouco disso...


PS: Errado está o Governo de São Paulo, que diz porque diz que a América do Sul tem dois Paraguais.



por Mastrandea 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Carteirada





(Surrupiado do excelente "Vento Na Cara")



Sempre que Alguém, ao dizer algo para Outro, quer que este lhe dê crédito, pode escolher entre duas estratégias.
Na primeira, Alguém apresenta ao Outro seus argumentos. O Outro então escuta os argumentos, refaz algumas conexões lógicas, confronta o que ouviu com as informações que tem sobre o assunto, confere tudo isso com seus valores pessoais e, ao fim do processo, o Outro decidirá se deve ou não dar crédito ao que Alguém diz.
Na segunda estratégia, Alguém apresenta ao Outro suas credenciais técnicas e sociais. Credenciais técnicas são títulos, certificados, habilidades, experiências profissionais. Credenciais sociais são as posições na sociedade, a quantidade e qualidade de amigos e contatos, as viagens que fez, os lugares em que morou, os consensos e palavras da moda utilizadas em sua fala. O Outro, ao reconhecer tais credenciais, se dará por convencido, e então não há necessidade de prolongar o assunto.
A esta segunda estratégia, dou o nome de carteirada.
Mais estranha que a frequência com que essa estratégia é usada é a frequência com que ela funciona.
Ela é mais rápida que a primeira, e traz “vantagens” para os dois lados. Nela, Alguém não tem o trabalho de selecionar e apresentar argumentos. Nela, o Outro não tem o trabalho de pensar se aquilo que está ouvindo faz sentido ou não, o que nem sempre é tarefa simples.
Com esta estratégia, não existe necessidade de o Outro ter informações e opiniões próprias sobre as coisas. Ele repetirá que Alguém é mesmo uma autoridade no assunto, afinal tem esta e aquela credencial. A discussão será dada como concluída, a interação social estará completa, ambos sairão sentindo que dialogaram.
Um bom observador irá constatar que a estratégia da carteirada é bastante comum, especialmente em alguns meios sociais.
É ela que explica, por exemplo, a necessidade de tanta informação curricular quando alguém é apresentado.
 
 
 
 
por Dionísio Bueno
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Casal real inspira reinauguração do Mastrandea

(britânica assiste a cerimônia em telão)


Clique aqui para ouvir a singela e perfumada homenagem que este blog, em sua reinauguração, faz ao acontecimento do ano - mais um casamento na respeitável família real inglesa. Apesar de ser em língua tupiniquim, a homenagem musical referida inspira-se em sutil e reverente tendência musical surgida na terra da Donzela nos anos 70.
Honra esta que nós, do "Mastrandea" e toda sua equipe, estendemos, especialmente, aos milhões de brasileiros que não deixaram de acompanhar o certame, igualmente inexorável às suas relevantes e igualmente glamurosas existências, seja através da televisão e suas Anas Marias Bragas, ou com seus inspirados e indispensáveis links, nas redes sociais, sites, blogs. Enfim, a todos os que fizeram de tal espetacular evento, o acontecimento mais importante também de suas próprias vidas...God save the Queen!!!
Parabéns a todos, e aumentem o som!!!


por Mastrandea