sábado, 4 de dezembro de 2010

Serra concorrerá a prefeito de SP em 2012

(reprodução da crível personagem do folclore brasileiro)


Abaixo, reproduzo notícia desta semana d'O Estado de São Paulo.

"Serra nega candidatura à sucessão de Kassab em 2012
O candidato derrotado à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, descartou ontem a possibilidade de concorrer à Prefeitura de São Paulo na eleição municipal de 2012. Em reunião com cerca de 200 sindicalistas, num hotel na zona norte da capital paulista, o tucano disse que não pretende concorrer ao cargo que disputou em 2004. Afirmou, no entanto, que pretende continuar na política, mas não deu pistas se entrará na corrida presidencial de 2014.
"Não sou candidato em 2012, mas continuo na política, que faço com prazer há muitos anos", declarou o tucano, segundo relato de sindicalistas que estiveram presentes ao encontro. O ex-governador paulista deu a declaração após ouvir da plateia manifestações sobre seu futuro político e a disputa pela prefeitura.
Recluso desde que perdeu a eleição presidencial deste ano, Serra aceitou convite para participar de uma reunião da Executiva Nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
Integrantes da entidade manifestaram apoio ao tucano durante a corrida eleitoral deste ano. Em julho, o então candidato compareceu a um encontro da UGT em São Paulo, onde recebeu carta de apoio à sua candidatura, assinada por 12 das 20 representações da entidade. Todas as regionais que na ocasião declararam o apoio a Serra eram das regiões Norte e Nordeste. As informações são do jornal o Estado de S. Paulo."


por Mastrandea






quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tráfico, drinks e marijuana


(será que ela "fumou droga"?)


Gostaria de advertir aos incautos que este post é uma apologia ao pensamento, e que isto será uma proposição de fatos cujo intuito consiste numa discussão que deveríamos ter feito, "ontem", nós da sociedade e os governos.
A solução para o tráfico sempre esteve em frente de nossos narizes, e temos que acordar rapidamente. Religiosos, moralistas e desconhecedores precisam ouvir mais. Nunca houve momento melhor na história brasileira.
A proibição da maconha, que começou nos EUA, é emblemática e essencial a nossa discussão. 
El Paso, cidade americana fronteiriça com o México, recebia hordas de imigrantes que, nos anos 20, chegavam para trabalhar nas lavouras, e consigo levavam sementes e mudas de uma certa planta. Ao fim do dia, os mexicanos fumavam a verdura (que também crescia na beira das estradas), para relaxar após as muitas horas de trabalho semi-escravo a que eram submetidos.
"Denúncias" de mexicanos "descontrolados" praticando assassinatos "sob o efeito da droga" eram corriqueiras, o que fizeram com que o Czar americano contra as drogas, J. R. Aslinger (o governo dos EUA passou um problema de saúde pública ao departamento do tesouro nacional), criasse uma lei para controlar o uso da planta, o que era, na verdade, um motivo para controlar os mexicanos: o que nos faz concluir que a proibição tem raízes racistas e pseudo-moralistas, e não científicas.
Aslinger conseguiu, depois de anos, que a proibição se estendesse a todos os estados, mesmo sob a contestação do prefeito de Nova Yorque, La Guardia, que afirmava que, proibindo a maconha, as leis estariam criando, efetivamente, uma grande quantidade de novos criminosos ao invés de resolver o "problema" (mais tarde, esse provaria que fumar maconha não era um problema). 
Daí para o mundo, foi um passo de pombo: o "czar" Aslinger levou o assunto à ONU, e todos os países ocidentais e alguns orientais, hipnotizados e ignorantes, adotam a criminalização, sem sequer discutir ou pesquisar antes.
La Guardia encomendara, antes, um estudo científico detalhado que foi boicotado e até apreendido e queimado por Aslinger, cujo resultado foi o que alguns de nós sabem, e contrariou a todos os que, desde a época em questão, acham sobre a marijuana -  que a maconha não causava potencialização de instintos violentos (muito ao contrário), não causava tesão desenfreado, não nos atrapalhava a personalidade e, principalmente, não era, como se costuma dizer, uma "escada" para outras drogas.
Ou seja, bilhões foram gastos na "luta contra a marijuana", e as pessoas continuam fumando.
Hoje, sabe-se que usuários da erva não usam outras drogas, necessariamente.
Não preciso expor aqui os benefícios dela. Já se sabe deles, mas há uma curiosa vontade de não se admitir.
É a tal hipocrisia. É mais fácil apontar o dedo.
Sabe-se que é usada em tratamentos para dependentes de crack, e para combater a inapetência em doentes de AIDS.
Diante disso, o que fazer, então, quanto a uma droga que se vende em supermercados, bares e até em festas de debutantes?
Por que a bebida, muito mais destrutiva, tanto fisica como socialmente, é legal?
Não há tráfico de bebidas. Houve, nos Estados Unidos, quando essa droga foi proibida.
O problema não são as drogas, seja ela bebida, maconha, cocaína.  É o que cada indivíduo faz consigo e com a sociedade, e os males que esse uso pode causar ao coletivo (o crack merece mais atenção, hoje, pelo seu poder de destruição moral, perda de parâmetros e capacidade de vício).
No Brasil, um primeiro passo parece estar sendo dado, que é devolver ao morador da periferia uma vida sem o jugo da arma. O território, que é importante para um traficante-gerente armado (os donos estão no asfalto), parece estar sendo conquistado.
Falta discutir o que é realmente problema, e o que é apenas moralismo sem sentido, pirraça, burrice e interesse.
É isso.
Agora, pensar mais sobre isso, eu deixo para o leitor.
Volto já.
Vou dar uma volta...


por Mastrandea